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Foto: http://www.juan-benito.com

 

DOMINGO HERNÁNDEZ VARONA

(  CUBA  ) 

Nasceu em Cuba, reside em Louisville, KY, nos Estados Unidos.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL – TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

BENDITO SEA TU CUERPO. Resumen del 1er Concurso Mundial de Poesia Erótica – Perú, 2007.  Compilador: José Guillermo Vargas. Lima, Peru: Ediciones Ventana Andina, 2008.  358 p.   15 x 21 cm.  No. 10 735                       Ex. biblioteca de Antonio Miranda

 

COSAS INCONEXAS

Cómo deshacer en el secuestro del olvido
a nuestra habitación en penumbras,
a ese globo de solemnidades en cadena
que incineró el presagio de las horas,
y sus gatos de uñas tormentosas
sujetos a las paredes.
Cómo dejar sobre el piso el reloj desmembrado
por la impaciencia
o no permitir que esas barcas
arriben a sus puertos lúbricos,
para descender aullidos en el silente
agujero de la madrugada.
Cómo dejar a su suerte al recuerdo insomne,
a la vigilia de nuestra lamparilla inconexa,
al fuego ilusorio de estos cuerpos,
a la punta de lanza
que hirió de bramidos la carne.
No dejemos traicionarnos por la distancia,
por el no escapar de los clavos
que aún penden de las horas;
galopemos nuestros pechos
como túrgidos corceles en la noche;
desesperados quizás por el encuentro importante
de los orgasmos,
por el fantasma concupiscente de los orgasmos           
[compartidos;
esta guerra con ejércitos que invaden las fronteras
[del otro;
invencibles soldados en la hora imprevista,
porque qué es el tiempo;
el tiempo eres tú,
y ese lunar de certidumbres insólitas,
que trota como un jinete bíblico
en la montura de tu seno izquierdo;
en la gota escurrida de los vasos,
que desciende y penetra juguetona;
lengua, espuma, lanza
y los dedos que se escapan en vórtices desesperados
para cercenar la luz,
y morir naufragando en la noche.   

 

HACER EL AMOR

Hagamos pues el amor
cual dos planetas inverosímiles,
con el desafío que desprenden los volcanes;
torrencial de lavas azuladas:
lagartos en celo, silbo de serpientes hundidas
en el brillo de sus propios cuerpos;
gatos aullando en la noche ardiente de agosto,
cometas ebullidos en el polvo cósmico
del infinito.
Hagamos el amor,
espermatozoicamente hagamos el amor
como dos fieras salvajes,
sin meditaciones ni medidas insoslayables,
hagamos el amor como si los sonetos
se desmetrificaran y los hemistiquios
fuesen eróticamente medusas,
encendiendo los vocablos de la locura;
y los endecasílabos se tornaran en alejandrinos
y después en versos interminables,
como las miles de noches en una sola.
Hagamos el amor,
despertemos a Goya de su letargo sempiterno,
y digámosle que yo soy el bandido que desnudo a
[la mujer,
y que tú eres la misma que le obsesionó
en aquella noche prodigiosa
en que te hizo escultórica,
y que yo fui el que te armó de gritos y ecos
entre las húmedas paredes del silencio.
Hagamos el amor,
y millones de veces más,
hagamos el amor.

 

               TEXTOS EM PORTUGUÊS
            Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

 COISAS DESARTICULADAS

Como desfazer no seqüestro del esquecido
à nossa habitação em penumbras,
a esse globo de solenidades em cadeia
que incinerou o presságio das horas,
e seus gatos de unhas tormentosas
presos às paredes.
Como deixar sobre o piso o relógio desmembrado
pela impaciência
ou não permitir que essas barcas
cheguem aos seus portos lúbricos,
para lançar uivos no silencioso
buraco da madrugada.
Como deixar à sua sorte a lembrança insone,
à vigília de nossa lamparina desconexa,
ao fogo ilusório destes corpos,
à ponta da lança
que feriu de rugidos a carne.
Não deixemos trair-nos pela distância,
pelo não escapar das unhas
que ainda dependem das horas;
galopemos nossos peitos
como túrgidos corcéis na noite;
desesperados talvez pelo encontro importante
dos orgasmos,
pelo fantasma concupiscente dos orgasmos           
[compartilhados;
esta guerra com exércitos que invadem as fronteiras
[do outro;
invencíveis soldados na hora imprevista,
porque que é o tempo;
o tempo és tu,
y essa verruga de certezas insólitas,
que trota como um cavaleiro bíblico
na montagem de teu seno esquerdo;
na gota escorrida os vasos,
que desce e penetra brincalhona;
língua, espuma, lança
e os dedos que escapa em vórtices  desesperados
para restringir a luz,
e morrer naufragando na noite.  

 

FAZER AMOR

Façamos pois o amor
como dois planetas inverosímeis,
com o desafio que os vulcões liberam;
torrencial de lavas azuladas:
lagartos em zelo, assovio de serpentes afundadas
no brilho de seus próprios corpos;
gatos uivando na noite ardente de agosto,
cometas fervidos no pó cósmico
do infinito.
Façamos o amor,
espermatozoicamente façamos o amor
como duas feras salvagens,
sem meditações nem medidas inevitáveis,
façamos o amor como se os sonetos
se desmetrificarem e os hemistíquios
fossem eroticamente medusas,
acendendo os vocábulos da loucura;
e os endecassílabos se transformaram em   
[alexandrinos
e depois em versos intermináveis,
como as milhares de noites em apenas uma.
Façamos o amor,
despertemos Goya de seu letargo sempiterno,
e digamos-lhe que eu sou o bandido que desnudou
[a mulher,
e que tu és a mesma que o obsessionou
naquela noite prodigiosa
em te fez escultórica,
e que eu fui quem te armou com gritos e ecos
entre as úmidas paredes do silêncio.
Façamos o amor,
e milhões de vezes mais,
façamos o amor.

 

 

 

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Página publicada em abril de 2024


 

 

 
 
 
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